Na casa dos 30 anos e nunca teve um relacionamento? Não se preocupe, isso é apenas o ‘tempo queer’.

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O tempo queer é um conceito dentro da Teoria Queer que explora as experiências únicas de indivíduos LGBTQIA+. Joe Thorpe, um homem de 32 anos que se assumiu aos 19, recentemente assistiu à popular série da Netflix Heartstopper e não pôde deixar de sentir uma sensação de saudade. O programa acompanha dois garotos que se apaixonam e navegam por relacionamentos enquanto estão no ensino médio, uma experiência que Joe gostaria de ter tido naquela idade. Infelizmente, esse é um sentimento compartilhado por muitas pessoas LGBTQIA+ que sentem que perderam as experiências típicas de amor na juventude que seus colegas heterossexuais tiveram.

Olhando para trás, é comum que adultos queer sintam uma sensação de perda ao lembrar dos momentos em que seus amigos heterossexuais já estavam saindo em encontros, de mãos dadas e até mesmo se beijando. A introdução ao namoro veio muito mais tarde para muitos indivíduos queer e, para alguns, ainda não aconteceu. É aqui que o conceito de tempo queer entra em jogo.

A teoria do tempo queer sugere que indivíduos LGBTQIA+ frequentemente alcançam marcos de relacionamento em um ritmo diferente em comparação com seus colegas heterossexuais. Enquanto a sociedade pode ver o fato de não estar em um relacionamento aos 30 anos como um sinal vermelho, as pessoas queer não devem se preocupar com isso. Silva Neves, uma psicoterapeuta e porta-voz do Conselho do Reino Unido para Psicoterapia, explica que indivíduos queer enfrentam mais obstáculos para se conhecerem autenticamente, experimentar o sexo e formar relacionamentos significativos devido à homofobia, bifobia e transfobia persistentes.

Joe, que trabalha como supervisor de figurino na indústria cinematográfica e de TV, cresceu em Essex e frequentou uma escola liberal em Hertfordshire. Apesar dos desafios enfrentados, ele se considera sortudo pelas experiências que teve na escola. Assistir a Heartstopper serviu como um lembrete do que ele pode ter perdido, mas também despertou um senso de reflexão e apreciação por sua própria jornada.

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Ser um homem gay no Reino Unido pode ser uma experiência desafiadora, de acordo com uma pesquisa recente realizada pela Walnut para a BBC. A pesquisa revelou que metade dos homens gays enfrentaram discriminação ao se envolver em demonstrações públicas de afeto (PDA), como dar as mãos ou beijar. Essa discriminação muitas vezes decorre de preconceitos sociais e pode fazer com que os indivíduos se sintam como estranhos.

A pesquisa também descobriu que cerca de 80% dos 501 homens entrevistados esconderam sua orientação sexual durante a adolescência para se encaixar. Isso destaca a pressão e o medo que muitos indivíduos LGBTQIA+ enfrentam durante seus anos formativos. Além disso, mais da metade dos entrevistados relataram ter sofrido discriminação em público devido à sua sexualidade, destacando ainda mais os desafios contínuos enfrentados pela comunidade.

Para Joe, um homem gay que participou da pesquisa, aceitar sua sexualidade foi uma jornada pessoal. Ele não sofreu bullying nem se sentiu como um estranho na escola porque ainda não tinha percebido que era gay. No entanto, olhando para trás, ele reconhece o impacto do uso pejorativo da palavra “gay” naquela época. Isso dificultou para ele explorar relacionamentos e se sentir confortável com sua identidade.

Joe se assumiu gay aos 19 anos e, felizmente, seus pais aceitaram sua sexualidade. No entanto, ele achou desafiador conhecer pessoas com mentalidade semelhante em sua área local. Ele recorreu a aplicativos de namoro como Grindr, Hinge e Tinder para se conectar com outros na comunidade LGBTQIA+. Isso destaca a importância das plataformas online para indivíduos que podem não ter acesso a espaços LGBTQIA+ em seu entorno imediato.

Sair do armário é um marco significativo para muitos indivíduos LGBTQIA+, e Joe inicialmente planejava se assumir para seus pais quando estivesse em um relacionamento. Essa abordagem não é incomum dentro da comunidade, pois proporciona uma sensação de segurança e apoio durante um momento potencialmente desafiador. No entanto, a falta de relacionamentos anteriores pode tornar o processo de sair do armário mais difícil, pois os indivíduos podem ter que ajustar seus planos e navegar pelo processo sozinhos.

O Dr. Silva, um especialista em questões LGBTQIA+, explica que ter um parceiro pode tornar o processo de sair do armário menos intimidante para indivíduos queer. Se suas famílias e amigos os rejeitarem, pelo menos terão alguém que os ama e apoia. Isso destaca a importância de ter um sistema de apoio forte durante o processo de sair do armário.

No geral, ser um homem gay no Reino Unido vem com seus desafios, incluindo discriminação e a pressão para se encaixar. No entanto, indivíduos como Joe estão encontrando maneiras de navegar por esses obstáculos e se conectar com outros na comunidade LGBTQIA+. Os resultados da pesquisa lançam luz sobre as lutas contínuas enfrentadas pela comunidade e a necessidade de apoio e aceitação contínuos.

Dan Kitsell, um gerente de projeto de 33 anos de Cambridgeshire, sofreu bullying severo na escola secundária devido à sua sexualidade. Ser abertamente gay naquela época não era uma opção para ele, pois enfrentava assédio e discriminação constantes. Os anos de 2001 a 2006 foram particularmente desafiadores para Dan, pois seu comportamento efeminado levava os outros a assumirem que ele era gay, resultando em bullying implacável. Insultos homofóbicos eram lançados como insultos, e Dan frequentemente se via sendo agredido fisicamente por grupos de meninos.

Um incidente que se destaca na memória de Dan ocorreu quando ele estava no 9º ano. Enquanto esperava para entrar em sua aula de história, um garoto que não gostava dele por causa de sua homossexualidade percebida se aproximou por trás e o violentamente socou na parte de trás da cabeça. Esse ambiente hostil tornou impossível para Dan explorar seus sentimentos ou se envolver em qualquer forma de relacionamento público. O medo da violência e o risco de rumores se espalharem o impediram de seguir quaisquer interesses românticos.

Dan reflete sobre as dificuldades que enfrentou durante sua adolescência, não apenas lidando com o bullying, mas também aceitando sua própria sexualidade. Ele ansiava por experimentar as alegrias de ter um namorado, como suas amigas que estavam em relacionamentos. Ver casais de mãos dadas e se beijando durante o horário do almoço o fazia sentir que estava perdendo algo especial. Dan frequentemente se pergunta como teria sido ter tido a oportunidade de explorar suas atrações e navegar em sua identidade como adolescente, mas a realidade de seu ambiente escolar tornou isso impossível.

Olhando para trás, Dan reconhece a importância de criar um espaço seguro e inclusivo para jovens LGBTQ+. Ele acredita que ter o apoio e a aceitação de que precisava durante seus anos formativos teria feito uma diferença significativa em sua vida. Dan agora defende a igualdade e trabalha para criar uma sociedade mais tolerante, onde jovens indivíduos possam expressar livremente suas identidades sem medo de perseguição.

DE PARTIR O CORAÇÃO: Homem Fala Sobre Perder a Oportunidade de Amor e Relacionamentos na Adolescência

Em uma entrevista franca, um homem revelou o profundo arrependimento que sente por não ter experimentado o amor e os relacionamentos na adolescência. Este homem, que deseja permanecer anônimo, compartilhou que não começou a namorar homens até os 25 anos, perdendo toda a infatuação adolescente e paixões que outros de sua idade experimentaram.

“Isso me faz sentir que perdi algo,” ele confessou. “Quando comecei a namorar homens, já estava bem nos meus 20 anos. Eu perdi todo o amor adolescente e os sentimentos intensos. Isso não apenas faz você se sentir como se estivesse perdendo algo, mas também como se estivesse começando tarde e precisasse correr atrás.”

Ele continuou a compartilhar sobre um relacionamento passado com um homem que era 10 anos mais velho do que ele. Embora o homem tenha sido incrível durante o tempo juntos, ele percebeu que sua própria maturidade em relacionamentos não estava onde deveria estar.

A história desse homem lança luz sobre a importância dos relacionamentos durante os anos da adolescência. Enquanto alguns podem descartá-los como “bobos”, na verdade desempenham um papel crucial no desenvolvimento dos relacionamentos. O primeiro amor e declarar abertamente paixonites têm um impacto duradouro, mesmo que não sejam oficialmente contados na história de namoro de alguém.

O renomado especialista em relacionamentos, Silva, explica: “Formar relacionamentos no ensino médio é muito formativo para casais heterossexuais. É um momento em que nos tornamos mais pró-sociais, experimentamos namorar e exploramos nossa sexualidade. É um momento de crescimento e florescimento. Quando pessoas heterossexuais chegam aos seus finais dos 20 anos, elas têm uma boa compreensão de si mesmas e do que querem em um relacionamento.”

No entanto, para pessoas queer, a história é diferente. Muitas pessoas queer ainda estão no meio de sua exploração de relacionamentos e sexualidade durante seus meados e finais dos 20 anos. O ensino médio frequentemente se torna um período de medo, esconderijo e sobrevivência em um ambiente hostil.

Beau Boka-Batesa, um jovem de 20 anos de Londres, também compartilhou sua experiência desafiadora no ensino médio. Frequentando uma escola católica dos três aos 18 anos, ele pode se relacionar com as dificuldades enfrentadas por muitas pessoas queer durante este período crucial de suas vidas.

É importante reconhecer e validar as experiências de indivíduos que podem ter perdido o amor e relacionamentos na adolescência. Ao entender o impacto desses anos formativos, podemos criar um ambiente mais inclusivo e de apoio para todos.

Beau, um estudante da Universidade de Oxford, fala sobre sua experiência ao navegar pela sexualidade e relacionamentos em uma escola católica. Eles se identificam como bissexuais e não-binários e lembram que, enquanto seus colegas heterossexuais tinham um espaço para fofocar sobre seus relacionamentos, não havia tal espaço para relacionamentos queer. Beau acredita que o ambiente religioso suprimiu seus colegas sexualmente, resultando em uma falta de conhecimento sobre sexo até que eles mesmos o experimentassem. Eles estão gratos por não terem se envolvido em atividades sexuais durante esse tempo para evitar possíveis arrependimentos.

Aos 17 anos, Beau se assumiu durante o lockdown em março de 2020. Quando as salas de aula reabriram, seus colegas de escola não fizeram um grande alvoroço, mas alguns membros de sua família congolesa tiveram reações negativas. Seu primeiro relacionamento foi um relacionamento platônico queer (QPR), que é um relacionamento comprometido e íntimo que não é romântico. Beau esperava apresentar seu parceiro à sua família, mas o relacionamento intermitente acabou após cerca de um ano.

Beau expressa sua angústia com o fim do relacionamento, pois realmente amava seu parceiro e tinha planos de se assumir para sua mãe. No entanto, sendo de origem congolesa e católica, a família de Beau não foi a mais receptiva. Crescer em um lar cristão e frequentar uma escola católica não deixou espaço para relacionamentos queer precoces sem que as pessoas reagissem de forma estranha.

Uma das razões pelas quais os relacionamentos queer progridem de forma diferente é o peso de se assumir primeiro para si mesmo e depois para os outros. Silva, uma especialista, explica que sair do armário é um processo pelo qual muitas pessoas queer passam para anunciar sua não-heterossexualidade. Esse processo exige coragem e pode ser emocionalmente desafiador, levando muitos indivíduos queer a adiarem sua saída do armário.

Criando Espaços Seguros para Indivíduos LGBTQIA+

Para criar um ambiente inclusivo onde os indivíduos LGBTQIA+ se sintam confortáveis e possam explorar conexões românticas, é crucial estabelecer espaços seguros tanto em casa quanto na escola. É importante chamarmos a atenção para a homofobia sempre que a encontrarmos, pois isso ajuda a promover uma atmosfera de aceitação e compreensão. Contrariamente ao que alguns adultos podem acreditar, ser LGBTQIA+ não se resume apenas a preferências sexuais. Muitos adultos têm dificuldade em compreender como os jovens podem se identificar como algo que não seja heterossexual. Essa falta de compreensão é o motivo pelo qual é essencial nos educarmos e educarmos os outros sobre as diversas experiências e identidades dentro da comunidade LGBTQIA+.

Desafiando Expectativas Societais

A sociedade frequentemente impõe certas expectativas aos indivíduos, como alcançar determinados marcos até uma certa idade. Isso pode criar pressão desnecessária e sentimentos de inadequação, especialmente para os jovens. É importante reconhecer que não existe tal coisa como estar “atrasado” quando se trata de experiências pessoais e crescimento. Isso se aplica a todas as orientações, pois todos devem ter a liberdade de navegar em sua própria jornada no seu próprio ritmo. Paixonites precoces, amores jovens e atração são experiências universais que não devem ser limitadas apenas a indivíduos heterossexuais. Ao promover a igualdade e a inclusividade, podemos garantir que os indivíduos LGBTQIA+ tenham as mesmas oportunidades de conexões românticas que seus pares heterossexuais.

Abordando Preocupações com a Segurança

Infelizmente, indivíduos LGBTQIA+ continuam enfrentando discriminação e violência em muitas partes do mundo, incluindo o Reino Unido. Apenas segurar as mãos com um parceiro do mesmo sexo pode colocar um casal queer em risco de ataque. Isso destaca a necessidade urgente de mudança na sociedade e a criação de ambientes mais seguros para os indivíduos LGBTQIA+. É essencial que trabalhemos juntos para combater o preconceito e garantir que todos possam expressar seu amor e afeto sem medo de dano.

Abraçando Jornadas Pessoais

Para aqueles indivíduos LGBTQIA+ que sentem que perderam oportunidades de relacionamentos durante seus anos de ensino secundário, é importante reconhecer e processar as emoções que vêm com essa experiência. É natural sentir um senso de luto e perda, pois essas experiências fazem parte da história queer pessoal de alguém. No entanto, é crucial reformular esses eventos adversos como oportunidades para o crescimento pessoal e o desenvolvimento da autenticidade queer no tempo de cada um. A jornada de cada indivíduo é única, e é importante honrar e abraçar isso.

Em conclusão, ao criar espaços seguros, desafiar expectativas sociais, abordar preocupações com segurança e abraçar jornadas pessoais, podemos trabalhar rumo a uma sociedade mais inclusiva e aceitadora para os indivíduos LGBTQIA+. É essencial que todos desempenhemos um papel em fomentar um ambiente onde todos se sintam confortáveis e livres para explorar suas identidades e conexões, assim como nossos pares heterossexuais.